Tráfego aéreo na América Latina e no Caribe (LAC) cresce 2,5% em setembro em relação ao ano anterior
Em setembro de 2025, o tráfego total de passageiros de, para e dentro da região alcançou 35,8 milhões, um aumento de 2,5% em comparação com setembro de 2024, o que representa 874 mil passageiros adicionais.
17 nov. 2025
Em setembro de 2025, o tráfego total de passageiros de, para e dentro da região alcançou 35,8 milhões, um aumento de 2,5% em comparação com setembro de 2024, o que representa 874 mil passageiros adicionais. Esse crescimento foi impulsionado exclusivamente pelo tráfego intrarregional, liderado pelos mercados domésticos do Brasil e da Argentina, que responderam por 87% da expansão líquida.
A oferta de voos cresceu 0,7% em relação ao ano anterior, enquanto a capacidade total de assentos aumentou 1,8%, refletindo o uso de aeronaves de maior porte, com uma média de 160 assentos por voo, ante 158 em setembro de 2024[i].
Resumo de indicadores
- A capacidade medida em assentos-quilômetro disponíveis (ASK) cresceu 3,4% em relação ao ano anterior.
- A demanda, medida em passageiros-quilômetro transportados (RPK), aumentou 2,9%.
- O fator médio de ocupação foi de 83,6%.
- No acumulado de janeiro a setembro, o tráfego aéreo na região LAC atingiu 354,2 milhões de passageiros, representando um crescimento de 3,8% em relação ao mesmo período de 2024.
Brasil e Argentina lideraram o crescimento de passageiros
O Brasil foi o mercado que mais contribuiu para o crescimento regional em setembro, adicionando 838 mil passageiros (+8,4% em relação ao ano anterior). O mercado doméstico registrou recorde histórico para o mês, com 8,5 milhões de passageiros (+7,7%), mantendo-se como o mercado doméstico de maior crescimento entre os seis maiores do mundo, segundo a IATA[ii]. O segmento internacional aumentou 11,2%, impulsionado pela chegada de mais de 451 mil turistas internacionais por via aérea, um crescimento de 26,6% em relação a setembro de 2024[iii].
A Argentina também apresentou desempenho sólido, com aumento de 13,4% no total de passageiros (+11,7% doméstico, +15,4% internacional). Foi o setembro mais movimentado da história, superando em 9% o nível de setembro de 2019.
Entre janeiro e setembro, o país acumulou 24,5 milhões de passageiros, um aumento de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior).
Contração moderada no México, na Colômbia e no Chile contrasta com a força do Brasil e da Argentina
Os três mercados — 2º, 3º e 6º maiores da região em volume de passageiros — registraram uma queda conjunta de 0,7% em relação a setembro de 2024, reduzindo em cerca de 110 mil passageiros o total regional.
No México, o tráfego total chegou a 8,5 milhões de passageiros (-0,2%), com um leve aumento de 1,1% no mercado doméstico e queda de 1,9% no internacional. O tráfego entre México e Estados Unidos, o terceiro maior par de países da região, caiu 3,5% após a leve recuperação observada em agosto. Em contraste, o tráfego entre México e Canadá, que representa 36% dos passageiros da América Latina e do Caribe com destino ao Canadá, cresceu 13,1% após a pequena retração registrada em agosto.
Na Colômbia, o tráfego total caiu 0,4% em relação ao ano anterior, acumulando dois meses consecutivos de retração. O mercado doméstico diminuiu 2,4%, enquanto o internacional cresceu 2,4%, impulsionado pelo aumento de voos para o Panamá (+6,5%), Peru (+14,3%) e Equador (+18%). Nos nove primeiros meses do ano, o mercado doméstico colombiano registrou crescimento interanual apenas em janeiro (+3,5%) e julho (+0,6%); nos outros sete meses, apresentou quedas, acumulando redução de 2% em relação a 2024. Nesse mesmo período, 6 das 10 principais rotas domésticas apresentaram retrações anuais.
No Chile, setembro de 2025 marcou o segundo resultado negativo do ano em passageiros totais (–3,2%). O tráfego doméstico, que representou 57% do total, caiu 3,3%, enquanto o internacional teve o seu primeiro resultado negativo de 2025, com queda de 3,1%.
“O crescimento de setembro concentrou-se em mercados domésticos e rotas regionais, com o Brasil liderando a expansão.
No entanto, esse impulso pode ser afetado se avançarem medidas que limitem a liberdade comercial, como o Projeto de Lei nº 5.041/2025. A aviação latino-americana precisa de políticas que estimulem a competitividade e a eficiência, não de regulações que aumentem os custos e reduzam as opções do passageiro”, declarou Peter Cerdá, CEO da ALTA.
Panamá e República Dominicana impulsionam o crescimento na América Central e no Caribe
Na América Central, o tráfego de e para a sub-região cresceu 5,6% em relação ao ano anterior, liderado pelo Panamá (+9,3%, 1,72 milhão de passageiros), seguido pela Costa Rica (+4%) e Guatemala (+2,9%). El Salvador, terceiro maior mercado da sub-região, registrou uma queda anual de 5,6%.
No Caribe, a República Dominicana liderou o crescimento, com 1,22 milhão de passageiros, um aumento de 2,9% em relação a setembro de 2024. O número de voos operados para os Estados Unidos aumentou 10,4%, completando quatro meses consecutivos de alta e alcançando o segundo maior volume do ano. A Jamaica manteve-se praticamente estável, com 423 mil passageiros, uma leve queda de 0,3%.
Glossário:
RPK (Revenue Passenger Kilometers) – quantidade de passageiros pagantes transportados multiplicada pela distância percorrida.
ASK (Available Seat Kilometers) – quantidade de assentos disponíveis para venda multiplicada pela distância percorrida.
Fator de Ocupação – obtém-se dividindo os RPK pelos ASK.
Nota Metodológica
Neste documento, a região da América Latina e do Caribe (LAC) é definida como a soma da América do Sul, América Central, Caribe e México.
Essa definição é utilizada de forma consistente em todas as análises de tráfego regional e internacional.
Consideram-se voos domésticos aqueles realizados dentro de um mesmo país.
O tráfego internacional é classificado em dois grandes segmentos:
- Tráfego internacional intrarregional: voos entre países dentro da LAC (por exemplo, Argentina–Brasil ou México–Colômbia).
Tráfego internacional extrarregional: voos entre a LAC e outras regiõe
[i] Cálculos internos da ALTA com base em dados do Cirium SRS Schedules Analyzer (consulta: outubro de 2025)
[ii] IATA, Air Passenger Market Analysis – September 2025, IATA Sustainability & Economics
[iii] Embratur – Instituto Brasileiro de Turismo, Painéis de Dados – Chegadas Internacionais de Turistas. Consulta de dados consolidados de chegadas internacionais por via aérea.
Disponível em: https://embratur.com.br/para-o-trader/inteligencia-de-dados/paineis-de-dados/chegadas-internacionais/
