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Políticas claras e cooperação: chaves para avançar na sustentabilidade da aviação

Durante a Conferência ALTA de Combustível & Sustentabilidade, especialistas do setor aéreo destacaram a urgência de estabelecer diretrizes governamentais objetivas para viabilizar a transição energética e garantir a sustentabilidade de um serviço essencial na região

27 mar. 2025

ALTA NEWS - Políticas claras e cooperação: chaves para avançar na sustentabilidade da aviação

Santo Domingo, 27 de março de 2025 – Durante o segundo dia da "Conferência ALTA de Combustível & Sustentabilidade", especialistas do setor aéreo destacaram a urgência de estabelecer diretrizes governamentais objetivas para viabilizar a transição energética e garantir a sustentabilidade de um serviço essencial na região.

O evento, organizado pela Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), reuniu representantes de companhias aéreas, fornecedores, fabricantes e autoridades, que discutiram os principais desafios e oportunidades relacionados à descarbonização do setor.

Marco Larson, Responsável pela Sustentabilidade da SKY, alertou que a falta de regulamentação definida na América Latina dificulta o planejamento de iniciativas sustentáveis a longo prazo. "Embora a SKY opere uma frota muito moderna e eficiente na região, evitando mais de 1 milhão de toneladas de CO₂, a ausência de regras claras gera incertezas para os investimentos em soluções que reduzam as emissões de carbono", explicou.

O Presidente da Boeing na América Latina e no Caribe, Landon Loomis, reforçou o compromisso da empresa em apoiar os clientes e os governos ao redor do mundo em suas ambições para o futuro da aviação. “A expansão do uso de tecnologias que apoiam nossos clientes, como o SAF, a propulsão elétrica e o hidrogênio, depende de políticas públicas que promovam a produção e reduzam custos. A Boeing já realizou mais de 800 voos de teste com SAF e lidera pesquisas em propulsão elétrica e hidrogênio, posicionando-se para validar novas soluções”.

A economia circular também foi apontada como uma das estratégias para a redução de emissões. Johanna Cabrera, Gerente de Sustentabilidade da Latam, destacou iniciativas como a eliminação de plásticos de uso único, a substituição por materiais ecológicos e a colaboração com fornecedores para adotar práticas mais sustentáveis. "A Latam reduziu 129 toneladas de resíduos alimentares a bordo com uma melhor previsão do comportamento dos passageiros e exige reciclagem e rastreabilidade dos resíduos aos seus parceiros, reforçando seu papel de liderança em sustentabilidade no setor aéreo", ressaltou Cabrera.

Biocombustíveis: desafios e oportunidades

Pedro De La Fuente, Gerente de Sustentabilidade, Política e Normas da IATA, destacou a importância da colaboração e da implementação de novas tecnologias para atender à crescente demanda de SAF. Judit De León, Coordenadora da Direção de Desenvolvimento da IDAC, enfatizou o potencial da América Latina para a produção de biocombustíveis a partir de resíduos locais, mas alertou que o processo de certificação pode levar até cinco anos, o que atrasa a expansão do setor.

Manuel García-Pérez, Professor e Presidente do Departamento de Engenharia de Sistemas Biológicos da Washington State University (WSU), destacou a necessidade de reduzir os custos de capital para a construção e operação de plantas de biocombustíveis, apontando que a escolha das matérias-primas, como óleo de cozinha usado ou etanol, impacta diretamente no custo final. "É fundamental criar pacotes de incentivos governamentais para viabilizar a produção e ampliar a oferta de SAF na região", ressaltou.

Segundo Debnil Chowdhury, Vice-Presidente de Pesquisa de Combustíveis e Refinação do Hemisfério Ocidental da S&P Global, a demanda por combustível de aviação na América Latina e no Caribe crescerá nos próximos anos, mas a região continuará dependendo das importações dos Estados Unidos, que representam cerca de 50% do consumo total. "O crescimento do mercado de combustível de aviação é visto como uma oportunidade, mas a capacidade de refinação na América Latina continua sendo insuficiente para atender à demanda."

Futuro da cadeia de suprimento sustentável

Os especialistas reforçaram a importância de uma gestão responsável da cadeia de suprimento para impulsionar a sustentabilidade na aviação. Liliana Tovar, Vice-Presidente de Aviação e Marítimo da Terpel, defendeu a harmonização regulatória na América Latina para facilitar a adoção de práticas sustentáveis. "É necessário capacitar os fornecedores sobre o uso de energias renováveis e monitorar a origem dos insumos, além de uma harmonização regulatória na região para facilitar a adoção de práticas sustentáveis, destacando o potencial da região na geração de biomassa."

Mariano Gutierrez, Gerente de Aviação da Repsol Peru, destacou a importância da inovação na América Latina, citando programas de coleta de óleo usado para a fabricação de biocombustíveis. "Devemos considerar não apenas as questões regulatórias, mas também os avanços tecnológicos, garantindo a rastreabilidade em toda a cadeia de suprimento."

Políticas eficientes de combustível: um passo essencial para a competitividade

A flexibilização das políticas de qualidade de combustível também foi um tema debatido. Os especialistas destacaram a necessidade de adotar normas mais eficientes que ampliem a disponibilidade de combustíveis para a aviação e reduzam os custos operacionais, garantindo a segurança e a competitividade do setor na região.

Um dos pontos abordados foi a possibilidade de permitir o uso tanto do Jet A quanto do Jet A-1. Embora ambos sejam combustíveis de aviação derivados do querosene, existem diferenças em suas especificações e preços. Alexandra Calvo, Gerente de Combustível Comercial da IATA, defendeu a necessidade de avançar em regulamentações que permitam o uso de ambas as opções de combustível na região. "Permitir a utilização do Jet A e Jet A-1 amplia as possibilidades de abastecimento e reduz as vulnerabilidades em situações de escassez, tornando as operações mais eficientes", afirmou.

Luis Osegueda, Gerente de Vendas de Aviação da Costa Oeste dos EUA e América Latina da Chevron, alertou que a dependência de um único tipo de combustível aumenta a vulnerabilidade das companhias às crises de abastecimento, o que pode afetar diretamente a continuidade das operações aéreas. Por sua vez, Stephano Gachet Carrillo, Diretor de Combustível da LATAM, destacou os desafios que as companhias enfrentam devido à rigidez regulatória em alguns mercados, o que aumenta os custos e reduz a competitividade.

Os debates indicaram que a transição para uma aviação mais verde depende de marcos regulatórios claros, investimentos em inovação e colaboração entre todos os elos da cadeia produtiva. A integração de esforços regionais e internacionais será fundamental para garantir um futuro mais sustentável para a aviação na América Latina e no Caribe.

Acesse o vídeo e as fotos dos painéis.


Sobre a ALTA

ALTA é uma associação privada sem fins lucrativos ao serviço da indústria aérea cujo objetivo é desenvolver uma aviação mais segura, eficiente e sustentável na América Latina e no Caribe. A ALTA coordena esforços colaborativos ao longo de toda a cadeia de valor maximizando o impacto que tem a aviação no crescimento econômico e social da região para o benefício da indústria, das nações e da população servidas pelo transporte aéreo.

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Veronica Zapata

Fuel and Sustainability Analyst

Aeronautical Engineer from Universidad Pontificia Bolivariana in Medellin, with a distinguished track record in operations optimization and sustainability in the airline and automotive industry. She has a diverse background, with experience  quality assurance and operational management.  As part of the fuel team at Viva Air, she led initiatives that resulted in the reduction of CO2 emissions, SAF tracking and fuel efficiency management. Currently, her focus is on developing innovative solutions to promote the circular economy and achieve sustainability objectives through the implementation of key performance indicators and strategic tracking of environmental goals.