ALTA Fórum destaca a contribuição da aviação para o crescimento socioeconômico da América Latina
Com um número 250% maior de passageiros em relação aos últimos 20 anos, a aviação na América Latina e no Caribe se revela como um protagonista no desenvolvimento regional
01 nov. 2024
Nassau, Bahamas, 1 de novembro de 2024 – Com um número 250% maior de passageiros em relação aos últimos 20 anos, a aviação na América Latina e no Caribe se revela como um protagonista no desenvolvimento regional. No ALTA AGM & Airline Leaders Forum especialistas debateram sobre como a conectividade aérea pode transformar regiões inteiras, impulsionando o comércio, o turismo e a criação de empregos.
Beatriz Guillen, Diretora Global de Vendas da Iberia, destacou o significativo potencial da América Latina e a aposta da empresa no crescimento deste mercado. “Antes da pandemia, aproximadamente 20% dos passageiros da Iberia eram originários da região. Atualmente, esse percentual subiu para cerca de 55%. É uma região em constante expansão, e continuaremos a investir nela”, afirmou Guille.
A aviação também é um pilar essencial para o desenvolvimento econômico da Colômbia. Gilberto Salcedo, VP da Procolombia, informou que mais de seis milhões de visitantes estrangeiros chegaram ao país em 2024, injetando nove bilhões de dólares na economia, sendo três bilhões diretamente na economia local. “Isso reafirma nosso propósito, com um aumento de 15% de visitantes no primeiro semestre e um crescimento contínuo de 9% até setembro, posicionando a Colômbia como o segundo país com a maior taxa de crescimento”, explicou Salcedo.
Olga Ramírez, presidente do Colegio de Advogados de Direito Aeronáutico (CADA), reiterou que a aviação é um meio para o desenvolvimento de outras indústrias, e deve seguir no caminho da liberalização, que tem dado resultados reais e concretos
Mauricio Sana, CEO da Flybondi, concordou que regulamentações adequadas e inteligentes são essenciais para a prosperidade do setor. “A aviação na Argentina desempenha um papel crucial além do turismo, representando 8% do PIB na região e promovendo o desenvolvimento. Ela não apenas conecta destinos, mas também facilita a mobilidade econômica e a ascensão social”, afirmou Sana.
O ministro do Turismo do Equador, Mateo Julián Estrella Durán, ressaltou a importância da revisão das políticas fiscais para elevar a competitividade do setor. “Mantemos uma agenda contínua com a indústria para desenvolver iniciativas que ampliem a conectividade e promovam a sustentabilidade. Utilizamos dados do setor como referência, e o índice de competitividade da ALTA indicou que poderíamos melhorar em relação às taxas. Após a redução, observamos um aumento no número de passageiros”, comentou Durán.
Tiago Sousa Pereira, diretor-presidente da ANAC Brasil, também ressaltou a necessidade de um sistema regulatório que favoreça a inovação. “Estamos focados em ajustar nossa regulação priorizando a segurança e promovendo iniciativas como os céus abertos, para harmonizar normas de segurança com autoridades regionais”, explicou.
Para Alan Viana, sócio do escritório MJ Alves Burle Viana, a palavra-chave para a relação indústria-governo é educação e comunicação. "A aviação é uma indústria complexa, que requer compreensão para que o Estado não interfira gerando mais custos ou limitando lucros. Precisamos desse equilíbrio bem estabelecido para garantir empresas aéreas saudáveis e sustentáveis, pois, sem ele, setores como o turismo e até a saúde pública são afetados".
Marcelo Guaranys, sócio do Demarest Advogados, comentou os esforços que o Brasil vem praticando para promover a competitividade. “Nos últimos 15 a 20 anos buscamos aumentar a concorrência e reduzir a regulação econômica no setor aéreo. Mudamos a legislação, criamos a Agência Nacional de Aviação Civil e adotamos medidas como a cobrança por bagagem e a extinção do limite de capital estrangeiro, tudo com o objetivo de atrair mais companhias aéreas, especialmente as de baixo custo”.
A conectividade aérea, como enfatizado pelos líderes presentes, é essencial para o fortalecimento de economias emergentes e para o alcance de metas sustentáveis. Entretanto, para que o setor possa continuar crescendo, é indispensável um ambiente regulatório que equilibre a segurança, inovação e competitividade.