Carga aérea internacional nos principais mercados da LAC cresce 0,7% em agosto
O tráfego de carga aérea internacional de e para a América Latina e o Caribe registrou um aumento anual de 0,7% em agosto de 2025, medido em toneladas métricas transportadas.
17 nov. 2025
O tráfego de carga aérea internacional de e para a América Latina e o Caribe registrou um aumento anual de 0,7% em agosto de 2025, medido em toneladas métricas transportadas. O resultado mostra uma desaceleração no crescimento regional, após o aumento de 2,2% registrado em julho. A carga internacional representou cerca de 85% do total movimentado por via aérea no mês, com o Brasil mantendo sua posição de principal mercado, seguido pela Colômbia e México (ver Gráfico 1).
Desaceleração nos principais mercados: Brasil e Colômbia
O Brasil, maior mercado de carga aérea da região, registrou uma queda anual de 3,1% em agosto, movimentando cerca de 74 mil toneladas métricas (ver Gráfico 1). O fluxo de mercadorias entre Brasil e Estados Unidos, que concentra aproximadamente 35% do volume total da carga internacional brasileira, explica cerca da metade da queda. O volume transportado do Brasil para os Estados Unidos diminuiu 12,2%, enquanto o fluxo no sentido inverso caiu 1,3%. Esse corredor foi o que apresentou a maior redução líquida no mês. As principais quedas foram observadas em produtos classificados nos capítulos tarifários 84 (reatores e máquinas, –279 t), 70 (vidros e manufaturas, –178 t) e 88 (aeronaves e partes, –96 t)[1]. O desempenho também refletiu o impacto das novas tarifas norte-americanas, que desde agosto aplicam um imposto de 50% sobre diversos produtos de origem brasileira, com algumas exceções mantidas em 10%[2].
A Colômbia apresentou a maior queda percentual do ano, de –6,4% em relação a agosto de 2024 (ver Gráfico 1).
O fluxo de mercadorias entre Colômbia e Estados Unidos, que representa mais da metade (54%) do total transportado por via aérea no país, reduziu-se em cerca de 6.500 toneladas (ver Gráfico 3), explicando praticamente toda a queda nacional.
O volume transportado da Colômbia para os Estados Unidos caiu 16,7%, enquanto o fluxo dos Estados Unidos para a Colômbia diminuiu 17,3%. Em contraste, os corredores com México e Países Baixos apresentaram expansões de 44% e 54%, respectivamente.
O México, terceiro maior mercado de carga aérea da região LAC, movimentou 56,7 mil toneladas em julho, um aumento anual de 1,4% (ver Gráfico 1). O fluxo de carga entre México e Estados Unidos, o mais importante do país e o terceiro maior da região, concentrou cerca de 30% do volume internacional e cresceu 14,4% no comparativo anual, impulsionado pelos envios do México (+23,4%), frente a um aumento mais moderado no sentido inverso (+8,3%). O Aeroporto Felipe Ángeles (NLU) liderou o crescimento com +80,1%, seguido por Guadalajara (+40%), enquanto Cidade do México (MEX) registrou uma queda de 13,6%.
Mercados em expansão: Peru, Panamá, Argentina e Costa Rica
Enquanto os principais mercados enfrentaram um ambiente menos favorável, quatro países registraram crescimento de dois dígitos em agosto (ver Gráfico 1). Em conjunto, Peru, Panamá, Argentina e Costa Rica concentraram cerca de 22% do volume total de carga aérea internacional movimentado na região no mês.
- Peru cresceu 15% em relação ao ano anterior, totalizando 23.243 toneladas;
- Panamá movimentou 20.958 toneladas, um aumento anual de 16,4%;
- Argentina apresentou alta de 11,3% na carga internacional, com 15.996 toneladas;
- Costa Rica cresceu 13,5%, totalizando 9.516 toneladas internacionais.
“Agosto apresentou um comportamento misto para a carga aérea na região. Os grandes mercados, como Brasil e Colômbia, ajustaram-se a menores fluxos com os Estados Unidos, enquanto países menores, como Peru e Panamá, registraram crescimento de dois dígitos. No conjunto, os dados refletem uma adaptação a novas condições do comércio internacional”, afirmou Peter Cerdá, CEO da ALTA.
Resultados contrastantes no Chile e no Equador
Chile e Equador, que juntos representam cerca de 17% da carga aérea internacional da região, apresentaram desempenhos opostos em agosto de 2025. No Chile, a carga aérea internacional recuou 8,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior, acumulando oito quedas consecutivas. Em contrapartida, o Equador registrou crescimento anual de 8,2%.

Capacidade: B747F concentra 37% da capacidade cargueira; B767 lidera o crescimento anual
Em agosto, a capacidade operada em aeronaves cargueiras de e para a região LAC diminuiu 1% em relação ao ano anterior, totalizando pouco mais de 885 milhões de toneladas-quilômetro, após um aumento marginal de 0,3% em julho.
O B747F concentrou 37% da capacidade total, enquanto o B767F e o A330F foram os únicos modelos com crescimento, de 63,1% e 15,7%, respectivamente (ver Gráfico 5).

[1] Ministry of Development, Industry, Trade and Services (MDIC) – ComexStat, “Exports and Imports by HS Chapter, Brazil–United States, August 2025.” Available at: https://comexstat.mdic.gov.br
[2] Federal Register, Executive Order 14323 of July 30, 2025: Addressing Threats to the United States by the Government of Brazil, Vol. 90, No. 37739 (2025). Available at: https://www.whitehouse.gov/presidential-actions/2025/07/addressing-threats-to-the-us/
