América Latina e Caribe: a joia a ser descoberta pelo turismo global
Nos últimos 20 anos, as companhias aéreas da região aumentaram o número de passageiros transportados em mais de 250%, e a oferta de rotas domésticas e internacionais cresceu em mais de 30%
01 nov. 2024
Nassau, 1 de noviembre de 2024 – A América Latina e o Caribe emergem como a nova fronteira para o crescimento da aviação global, apresentando um imenso potencial de conectividade e atração de turistas internacionais. Nos últimos 20 anos, as companhias aéreas da região aumentaram o número de passageiros transportados em mais de 250%, e a oferta de rotas domésticas e internacionais cresceu em mais de 30%.
Durante a AGM da ALTA, especialistas discutiram como a rica diversidade e a oferta cultural da região podem torná-la um destino de destaque para visitantes de todo o mundo. Moderado por Alex de Gunten, da HEICO, o painel reuniu líderes da indústria para debater estratégias que fortaleçam o fluxo de turismo intrarregional e atraiam ainda mais visitantes do exterior. Atualmente, 75% do tráfego internacional é composto por turistas que não pertencem à LAC, o que evidencia a oportunidade de crescimento.
O impacto positivo da conectividade para o desenvolvimento do turismo regional foi reforçado por Ahmet Olmustur, CCO da Turkish Airlines. "Operamos em 130 países, o que nos permite colaborar com diversas autoridades e agregar valor a qualquer destino. Nossa experiência nos ensinou que, ao trabalharmos juntos, podemos aumentar significativamente o número de voos e conectar ainda mais pessoas". A Turkish Airlines está expandindo suas operações na região, com planos para novas rotas em cidades como Santiago, no Chile, e Lima, no Peru. “Essa expansão não apenas melhora a conectividade, mas também promete um impacto positivo no turismo local”, destacou Olmustur.
Daniel Ketchibachian, CEO da AA2000, ressaltou a importância de remover barreiras e fortalecer parcerias entre companhias aéreas para transformar o mercado, visando atrair mais turistas e intensificar a cooperação regional. “O que está acontecendo na Argentina hoje é um processo que muitas companhias aéreas vêm pedindo há anos. É necessário remover barreiras, reduzir regulamentações e iniciar o que se chama de céus abertos. Todos os Acordos de Serviços Aéreos que foram historicamente discutidos agora estão sendo flexibilizados, e isso significa deixar de criar algumas restrições, o que é fundamental para definir o futuro da aviação na América Latina. Estamos vivendo uma nova fase, nos aproximando de todas as companhias aéreas e trabalhando porá ser um país cada dia mais conectado”.
Willie Walsh, Direetor Geral da IATA, enfatizou que os principais desafios da aviação na região são a alta carga tributária e a infraestrutura. “A indústria na LAC é fortemente tributada em comparação com a maior parte do mundo. Os custos são altos, e a infraestrutura ainda não está tão desenvolvida. O potencial é enorme, considerando os fatores demográficos, geográficos e as oportunidades da região, mas é necessária uma maior conscientização, principalmente entre os formuladores de políticas públicas, sobre o impacto negativo que a tributação excessiva exerce. Não importa de onde venham os turistas, o preço sempre será um fator determinante. Se você quer atrair turistas, mas aplica altas taxas, está agindo contra o próprio objetivo”, explicou.
Para Gabriela Frias, âncora da CNN, é essencial que governos e indústrias alinhem uma visão compartilhada para o futuro, e que essa visão envolva todos os setores. “Ter um objetivo comum representa a criação de empregos, crescimento e progresso. O problema é que, em alguns momentos, os governos enxergam o setor privado mais como um adversário do que como um parceiro no desenvolvimento econômico e social, e essa mentalidade precisa mudar.”
Os debates sinalizaram que os avanços em tecnologia e as parcerias regionais são essenciais para consolidar a América Latina e o Caribe como um destino global, oferecendo uma experiência turística cada vez mais acessível e inclusiva para visitantes de todo o mundo. Com essas metas em mente, podemos posicionar a região não apenas como um destino turístico atraente, mas também como um modelo de colaboração e crescimento dentro da aviação global.